segunda-feira, 28 de junho de 2021

Diário de Viagem - Santa Catarina (2021) !!

Minha viagem ao sul do Brasil completou hoje, um mês de seu término. Desta forma, decidi divulgar meu diário de viagem, um material que costumo escrever sempre que passo alguns dias fora de casa, fazendo turismo.

Em abril, meu plano inicial era visitar o Mato Grosso do Sul, no Centro-Oeste do Brasil, cidades como a capital (Campo Grande), Dourados e Bonito. Porém, por conta de uma atualização de ofertas da companhia aérea, perdi um voo com valor super promocional (R$ 330,00) de ida e volta, num dia, subindo para R$ 430,00 no dia seguinte.

Se confirmada aquela passagem, poderia dizer que já conhecia todos os estados do Centro-Oeste, Nordeste, Sudeste e Sul do Brasil. Ficaria pendente a visitar somente os estados da região norte, exceto o Pará. 
Mas deus não deu asas à cobra.
Fiquei chateada e deixei para lá.

Mas estando sem trabalhar, e com recursos de uma viagem (Europa) que não ocorreu em 2020, por causa da pandemia, resolvi seguir a diante com a viagem para outro destino, um cenário nacional.

Me apareceu a proposta de conhecer o sul do Brasil, algumas localidades que não estavam nos planos mas que, certamente, algum dia eu visitaria.

Cidades do norte de Santa Catarina como Blumenau e Joinville ... quem não quer ?

Assim, por R$ 204,00 comprei um voo de ida e volta, saindo do Rio de Janeiro para Curitiba, no Paraná, bem mais em conta que voar para Florianópolis (SC). Meu voo de ida foi cancelado e por isso, teve alteração de datas do mesmo, e de partida de voo, do Aeroporto de Santos Dumont para o Internacional do Galeão. O ruim mesmo foi ter de ir para o Antônio Carlos Jobim e passar a noite toda lá. Meu voo partiria às 05:50 hs da manhã e eu não teria como me deslocar para um check-in as 04:50 hs da madrugada. Comecei a viagem com uma noite em claro, aproveitando para pensar nas coisas que faria nas cidades a visitar.

Diário de Viagem:

Joinville, 13 de Maio de 2021 (quinta-feira):  

Meu voo chegou à capital paranaense em 13 de maio de 2021. 
Escolhi um voo que chegasse de manhã para poder dar um giro em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba.
Fiz com agendamento de carona com o “Blablacar”, disponível mais cedo do que esperava, o que comprometeu meu passeio na cidadezinha. 
O pior foi que o condutor cancelou (em cima da hora) e me deixou na mão. 
Consegui outro, duas horas mais tarde.
O “rolê” de São José dos Pinhais iria ficar para depois. Seguimos para Joinville, onde eu tinha uma diária reservada num hostel. 
O motorista nos deixou na Expoville, cartão postal da maior cidade de Santa Catarina. 

Aproveitei para fazer umas fotos no portal e moinho que embelezam esta entrada da cidade. 
Durante esta sessão de fotos, um jovem se aproximou, o Sebastião, que estava deixando sua cidade para fazer um mochilão pelo Brasil. 
Sua primeira parada era Curitiba (imagina, eu vindo e ele indo para lá). 
Fizemos fotos juntos e trocamos uma ideia. 
De mochilão, eu entendo. 
Cheguei no Hostel Boa Vista e fui recepcionada pela administradora do lugar, a Bete. 
Ela disse já estava preocupada comigo, por conta da demora ... cheguei somente à noite. 
Me mostrou meu alojamento e logo me organizei para um banho e para comer algo. Tive de dormir cedo pois amanhã de manhã partirei para São Francisco do Sul.

São Francisco do Sul, 14 de Maio de 2021 (sexta-feira): 

Acordei cedo com algumas informações desencontradas de como sair para SFS.
Da rodoviária existia a saída de alguns ônibus, em horários bem espaçados. 
Existia a opção de pegar um ônibus no centro de Joinville, nos Correios, mas a hora que passava, ninguém sabia. 
E quase o consegui pegar ... por 15 minutos. Acabei tendo de tomar um ônibus na rodoviária. 
Já me antecipando e com tempo disponível até a saída de meu transporte, fui ver como me deslocar dali para Blumenau, dias à frente. 

E que susto !! São três as possíveis companhias rodoviárias com ofertas deste destino: Catarinense, Reunidas e Penha. 

A questão é que, por conta da pandemia, nenhuma delas estava fazendo o trajeto, em nenhum horário. 

Como seguir a viagem, então ? Isso me rendeu uma gastura que só vendo. Mas não tinha como fazer nada naquele momento. 

E embarquei para a ilha de São Francisco do Sul. Reservei por duas noites um Airbnb com a Nara. 

Na verdade, ela me foi indicada por um amigo e, para me dar um desconto, confiou de me receber sem o contrato pelo site. 

Fez pra mim, duas noites por R$ 100,00 (em dinheiro). Achei justo pois ela mora num lugar super acessível na Enseada, pertinho da Prainha. 

Meu quarto tem uma cama de casal e uma de solteiro, um banheiro no corredor que praticamente foi usado só por mim. 

Me deu uma chave para que eu ficasse livre para entrar e sair. E isso me facilitou muito, não só para passear como também na hora de sair para super mercado, etc. 

A cozinha ficou disponível também para meu uso e a internet wifi tinha um sinal de alta velocidade. 

A Nara é uma moça bem comunicativa e me ajudou com um monte de coisa. 
Logo que cheguei e deixei minha mochila, saí em direção ao centro de SFS. 
Dei até uma corrida à parada de ônibus, pois o mesmo passaria em poucos minutos e o seguinte levaria mais de uma hora para passar. 
Desci no Centro Histórico e aproveitando as luzes do dia, dei preferência a fazer primeiro a trilha para o ponto mais alto da ilha, os 150 metros do Morro da Cruz. Nas duas fotos abaixo, o Pão de Açúcar de SFS, de diferentes ângulos.

Cheguei a entrada da trilha um tanto quanto desconfiada, sabe como é ... 
Estava sozinha e não conhecia nada por ali. 
E fazer trilha só, nunca é um bom negócio. 
Mas quem poderia me ajudar, estava trabalhando. 
E lá fui, morro acima. 
A subida é executada em média, em 40 minutos. 
Fiz umas fotos nas placas que identificam a entrada da trilha. 
Com a minha adrenalina subi, creio, em 20 minutos.

Não encontrei ninguém subindo e, tão pouco, descendo. 

A trilha é bem demarcada, sem erro de se perder, embora depois do início não tenha mais nenhuma sinalização. Dá umas aberturas na vegetação e é possível ver partes dos bairros, que vão ficando cada vez mais abaixo. 

O dia ficara nublado mas não aparentava o risco de chuva. 
Me falaram que toda a região de Joinville é muito chuvosa e sujeita a alterações rápidas. 
Chegando lá no alto, o que eu imaginava ... a gigante cruz em concreto e um 360º de São Francisco. 
Achei lindo demais !! 
Uma primeira conquista desta viagem. 
E logo ele, conhecido como o Pão de Açúcar de SFS. 
Como toda carioca e trilheira, não podia deixar de conferir. 
Fiz muitas fotos e vídeos e logo desci. 
Segui depois para o Centro Histórico, a começar pela igreja da matriz, a Nossa Senhora da Graça, parte central de qualquer lugar que tenha um passado ... 
Cheguei a enviar uma mensagem para o Sky, mas desconectei logo, para manter a carga da bateria.  
Não vi a resposta dele, a tempo, que me ofereceria uma carona do centro de SFS para a Enseada, onde ele tomaria sua cervejinha de sexta-feira, num quiosque na Praia Grande.
Que tal um vídeo com 360º de São Francisco do Sul do alto do Morro da Cruz ?
Mas na verdade, eu teria de ficar um tempinho mais por ali, ainda turistando.



Voltei para a casa da Nara já era noite. Lavei alguma roupa para não acumular. 

Amanhã de manhã, até que enfim, vou encontrar meu amigo (desde 2016) de Facebook, o Sky, o grande “muso” do Monte Olimpo.

São Francisco do Sul, 15 de Maio de 2021 (Sábado): 

Meu dia seria de um encontro mitológico. Meu guia de aventura somente poderia me dar atenção no final de semana, por conta do trabalho. E assim, o Sky (Edson) apareceu de manhã no meu endereço na Enseada, para que seguíssemos para o Forte Marechal Luz. 

O forte está aberto para visitação com o ingresso de apenas R$ 5,00 por pessoa. 

Não se pode subir de carro, que fica estacionado lá fora. 

Subimos uma colina por estrada, uma “trilha” tranquila. 

Tem o espaço aberto, com vastos campos gramados, e o museu. 

O Edson é a melhor pessoa para ter de companhia. 
Ele tem um senso de humor lá no alto, é divertido, inteligente e o melhor, de tudo, é anti-bolsonaro. 

Perigosíssimo com uma câmera fotográfica na mão ... parece uma metralhadora, disparando mil fotos por segundo ... rs.

Assim vou guardar muitos momentos de nosso passeio.  Muitas fotos e vídeos. Depois ele me deixou na casa da Nara e eu fui preparar algo para comer.  Acho que ele até ficou desanimado depois de saber que não bebo cerveja e nem como carne, pois sou vegetariana. 

E antes de eu iniciar a viagem, ele já falava tanto de uns pratos, com camarões ... rs. Em agradecimento pelo passeio e o tempo que ele separou para me receber, entreguei a ele um chapéu de trilha bordado a mão, com o símbolo da Trilha Transcarioca e o nome do filho dele, o Michel. 

Um chapéu como aqueles que presenteio meus amigos trilheiros. Espero que o menino goste. Depois de almoçar, saí para a Prainha. 



Queria alcançar o Morro do Sambaqui por trilha, que é a formação rochosa que fica à direita da prainha, mas a vegetação estava muito, muito alta .... me arranhei bastante, rs. 

Até onde deu para subir, tive uma vista bem bonita ... gostei. Depois atravessei toda a prainha, até seu lado esquerdo, onde tem outra formação rochosa.

Água fria e pouca gente na areia. Chegou a hora de subir a Escadaria para o Mirante da Enseada, no Morro da esperança. 


E muitas pessoas estavam fazendo isso também ... acho que ansiavam pela visão do pôr-do-sol, observado na Praia da Enseada.
Acabei com encontrar o Sky subindo para o mirante e o melhor, como o lindo Michel. 
Que garotinho mais esperto ! Logo nos entendemos. Foi necessário apenas incorporar o mundo dos super heróis. A atmosfera foi de estar em defesa do pai dele, um ser humano comum, e com pedaços de árvore, era como se estivéssemos com armas intergalácticas ... rs. 

Foi divertido, pois adoro crianças. 

Com o cair da tarde, foi esfriando rápido e os dois desceram antes de mim, pois eu ainda estava explorando o topo do morro e esperaria para ver o pôr-do-sol. Depois de descer ainda fui em direção ao molhe, onde muitas pessoas passeavam.

Parei num santuário onde a estrela maior é a arte dos mosaicos.
Tirei muitas fotografias. Depois segui pela praia, em direção a uma igrejinha que havia localizado quando estava no alto do mirante. Consegui localizar, é claro, mas estava fechada.

Blumenau, 16 de Maio de 2021 (domingo): 

Acordei com o plano de sair ainda de manhã de São Francisco do Sul.
O objetivo do dia é chegar à Blumenau, e para isso, teria de voltar a Joinville. 

Lembra que não existe ônibus para realizar este trajeto, né ? Aqui estaria aí o primeiro desafio real da viagem.

Então organizei minhas coisas e, por volta da 10 hs da manhã, tomei o ônibus para “choville”. Na foto de cima está o lago junto ao Museu de Artes de Joinville.

Cheguei à rodoviária e já tinha uma possibilidade de carona Blablacar.

A questão é que esta seria no final da tarde. Eu não queria chegar muito tarde na casa de meu anfitrião, em Blumenau. Mas, infelizmente, eu não tinha muitas alternativas. 

E a carona sairia da Expoville, no mesmo lugar por onde cheguei à Joinville. Desta forma, tive algum tempo para dar um giro pela cidade que eu mal conhecera ao chegar, dias atrás. 

Consegui até encontrar, no caminho, um daqueles letreiros “Eu Amo Joinville” .... show.

Cheguei à Expoville quase uma hora antes do combinado. E na hora certa, meu condutor Blablacar estava lá, com uma outra passageira. 

Logo partimos e foi uma conversa boa, a começar por malharmos bastante o governo federal ... rs. Ele é professor e não tinha como ser diferente, né? A viagem foi um sopro. 

E cheguei, já noite, à Capital Nacional da Cerveja. 

Como sempre em preparação para o Caminho de Santiago de Compostela, caminhei da rodoviária até a casa do Bruno, algo em torno de 45 minutos. 

Meu anfitrião de couchsurfing estava à minha espera, assim como suas panterinhas Beauty e Pandora. 

Eu estava super feliz dele estar recebendo pessoas, mesmo com a pandemia, pois sua cidade era a parte centralizada da minha viagem e o melhor acesso para a cidadezinha de Pomerode, que eu quero muito conhecer.

Conversamos um bocado sobre um monte de coisa, de experiências de viagem, de trabalho, de vida, assuntos um pouco mais pessoais (família) e fomos dormir por volta de umas 4 hs da manhã. 

Ah, ganhei dele um lindo souvenir (um chaveirinho de Blumenau).  Não vou tardar em colocá-lo na minha mochila.

Dormi muito bem.

Blumenau, 17 de Maio de 2021 (Segunda-feira): 

Ele está trabalhando e home-office, jornada que começa já de manhã. 

Desta forma, ao acordar no dia seguinte, me arrumei, comi algo e sai para a Vila Germânica. Que pena, nem deu para tomar um café com o Bruno. 

A Vila Germânica é uma tomada de filme de conto de fadas, uma cidade cenográfica. Linda demais.
Fiz tantas fotos que nem posso especificar quantas. 
E tinha muitas lojas de lembrancinhas. 
Numa delas comprei uma blusa. 
Devo voltar para comprar mais coisas. 

Eu já começava a sentir os primeiros sintomas de gastroenterite. Acho que por conta do medo que estava de não poder seguir viagem, pela falta de transporte de Joinville para Blumenau.

Consegui acessar a internet de wifi, enquanto estava passeando, e meu anfitrião me questionou sobre receber mais um hóspede pelo couchsurfing.


Não me oporia, é claro, ele tem espaço de sobra para ter mais pessoas em casa (e o hóspede era um estrangeiro). 
Achei legal ele ter me consultado.

Voltei para casa já quando anoitecia. 

O Serge (bielorrusso) ainda não tinha chegado. 

Apenas adverti o Bruno de que não me sentiria à vontade de usar o inglês durante esta minha viagem, afinal eu estava no Brasil e o idioma inglês para mim é sempre considerado um mal, um mal necessário para quem viaja para o exterior.

Assim, depois que o simpático lourinho chegou, eu preferi ficar mais à margem da conversa. 
E que viagem ele está estava percorrendo ! 
Passou até na minha linda Ilha Grande. 
Nos contou detalhes relacionados à situação instável em que se encontra seu país, sobretudo desde meados do ano de 2020. 
Repressão aos opositores do governo, a forma na qual este tem enfrentado as manifestações nas ruas, etc. 
Nos presenteou com uma bonita fita, para uso como pulseira, de um rendado que faz parte da bandeira de seu país. 
Adorei demais da conta e vou guardar com todo o carinho. 
Daí aconteceu o encontro musical, entre fotos e vídeos, cervejas e cuba-libre. 
Foi muito divertido ... uns acordes, umas vozes, uma vibe muito boa. Não posso acreditar até agora ... foi em companhia destes dois que tomei meu primeiro copo de cerveja. 
Fizemos uma verdadeira festa em plena segunda-feira.

Blumenau, 18 de Maio de 2021 (Terça-feira): 

Saí de manhã, mais cedo ainda, para aproveitar mais de Blumenau. 

Claro que tudo vai começar pela Vila Germânica ... e terminar no Centro Histórico. 

Ponte de Ferro  (Aldo Pereira da Andrade)

Praça da Paz


Tomando um solzinho no Parque Ramiro Ruediger.
A linda Prefeitura de Blumenau, em estilo de emxaimel.
Castelinho da Havan, visto da Rua XV de Novembro.
Passei em frente ao Teatro Municipal Carlos Gomes, foto acima.
Achei lindo o Castelinho da Havan.
A visitação ao Mausoléu Doutor Blumenau não foi possível, assim como ao Museu da Família Colonial, e ao Museu da Cerveja de Blumenau ... tudo seguindo a Rua XV de Novembro.
Muitas das atrações permaneciam fechadas por causa da pandemia. Isso para mim, como viajante, neste momento, era algo a se considerar.
Olha que interessante o detalhe da igreja matriz de Blumenau, a Catedral de São Paulo Apóstolo.
Tínhamos um compromisso com nosso anfitrião hoje à noite, sair para algum lugar. 

Cheguei em casa antes das 19 hs e que bom, não estava atrasada. 

Tomei um banho e me arrumei rapidamente. Fomos a um restaurante de comida típica alemã, no lindo Senac Blumengarten. 

Pedimos um prato com algumas variantes, como joelho de porco, chucrute, torradinhas, purê de batatas, uns legumes .... acho que era a Tábua Blumengarten.  Claro que me servi do que não era de carne. 

Para beber, eu pedi uma Piña Colada, eles pediram cerveja. 

Mais conversas, parte em inglês, e no fim, o meu anfitrião acabou por arcar com todo o jantar. Não considero que tenha sido justo. Era caro ! Mas ele quis pagar.  Depois umas fotos já lá fora ... foi muito bom !! 

Espero que o Serge não tenha ficado chateado de eu não participar da conversação, no geral, por não falar o inglês, e que ele tenha entendido apenas que eu tinha uma dificuldade com o idioma e não uma má vontade em fazer diálogo. 

Errei muitas vezes para ser convincente ... rs.  As vezes acertava sem querer. 

Ele é gente boa, muito boa mesmo, mas no meu país o que mais gosto ao viajar é escutar os diferentes sotaques, pois sou muito atenta nisso, que considero cultura local. Foi uma pequena perda. Mas tudo bem.

Ao voltamos para casa e vi o letreiro de “Eu amo Blumenau” que não tinha visto ao passar pela prefeitura ... vou ter voltar ali.

Hoje fomos dormir sem fazer festa. 

Pedi ao meu anfitrião para voltar a casa dele, dali a dias, pois terei de refazer meu caminho para Curitiba, de onde partirá meu voo para o Rio de Janeiro.  Ele disse que tudo bem, não tinha ninguém para receber nos próximos dias e lugar em sua casa não falta. 




E mais um detalhe importante, ainda não fui para Pomerode e, dependendo das condições climáticas (e minhas, fisiologicamente, pois a gastroenterite já me causava dor para respirar), poderei ir com a bicicleta emprestada de meu anfitrião. 

Com certeza, a ida para Pomerode será a cereja de meu bolo. Vou amadurecer a ideia de pedalar até lá ... estou muito, muito animada mesmo.

Amanhã de manhã, já estou de partida para Itajaí. 

O ônibus sairá as 10:30 hs da rodoviária.

Blumenau, 19 de Maio de 2021 (quarta-feira): 

Saí da casa por volta das 09 hs da manhã.

Me despedi do meu anfitrião que preparou um café para nós três, considerei para a minha despedida. 

Foi o primeiro café da manhã que tomei com ele. 
E o Serge nos disponibilizou umas rosquinhas, que tornou o evento ainda mais significativo. 
Não tinha conseguido carona de Blablacar, então, viajaria pela Viação Catarinense mesmo.  Cheguei na rodoviária por volta das 10:15 hs e fui direto no guichê para comprar a passagem. 

A funcionária me informou que o ônibus para Itajaí acabara de partir. 

Questionei a ela pois havia comparecido neste mesmo guichê para saber valores e horário dos serviços, no dia anterior, e que informaram que a saída do ônibus seria às 10:30 hs. 

Que chato ! Vou perder um bom tempo esperando o próximo que só vai sair às 13 hs. Às vezes não entendemos de imediat, mas muitas vezes perder também pode ser ganhar.

Então teria um tempinho entre 10:30 hs e 13 hs para aproveitar ... para mim, nunca é tempo perdido !! 

Me sentei e peguei o mapa para ver a melhor forma de chegar até a prefeitura e fazer, por exemplo, a foto do letreiro de Blumenau.

Nisso se aproximou um jovem e começou a falar comigo. Era o Jackson. 

Ele estava indo para Campo Grande no Mato Grosso do Sul (uma viagem de 26 hs) e ele também fazia hora, pois seu transporte sairia umas 4 hs a frente. 

Eu disse a ele que por ter informação desencontrada, tinha perdido o ônibus para Itajaí e ainda tentava ver uma carona, por aplicativo, que pudesse me atender. 

A carona eu não consegui. 

Me restava esperar o ônibus mesmo. 

Ele topou sair para caminhar, para matar o tempo e eu me manifestei de caminhar até a Ponte de Ferro para que, junto à prefeitura da cidade, fotografasse o “Eu Amo Blumenau”. 
Ele topou de imediato. Maravilha. Assim pudemos ir nos conhecendo melhor. 
Ele é de Maceió (AL) e tem sua família em Matogrosso do Sul. 
Estudou em São Paulo, tendo concluído seu mestrado na USP.
Tem experiência de viagens internacionais incluindo Europa e EUA. 

Um moço, de fato, muito inteligente e com grande visão de mundo. Disse a ele que eu era mochileira que já havia conhecido uns 75 diferentes países e que já não contava mais, havia perdido a conta de quantos (parei de somar pois começou a ficar chato fazer isso). 

Expliquei sobre o “couchsurfing” que é uma plataforma que permite que pessoas recebam e sejam recebidas em diferentes lugares, em todo o mundo, permitindo o intercâmbio de culturas, experiências, linguística, etc. 

E que havia vivido este momento de troca ao ser recebida na casa do Bruno, meu anfitrião de Blumenau.

Ele falou de ter passado por Frankfurt (Alemanha) e completei o assunto dizendo que mesmo lá, eu tinha conseguido um anfitrião de CS para me receber. 

Aliás, a Alemanha foi um dos lugares em que mais pude conhecer pessoas desta plataforma. São muito receptivos por lá.  

Teve um anfitrião que foi viajar e deixou as chaves do apartamento dele comigo. Esta viagem foi em 2016 e até hoje temos contatos frequentes. Um amigo que fiz e espero rever um dia.

Ao chegarmos na prefeitura, logo localizamos o letreiro e começamos as fotos. Tem até uma locomotiva lá, histórica, para dar uns clics. Foi muito bom saber que ele gosta de pedalar. 

Eu tenho um grande sonho de pedalar de minha cidade para Paraty. Não será fácil mas um dia eu faço isso. Pensamos de futuramente fazer uma aventura juntos, pelo Brasil afora ... quem sabe, fora do país ? A hora avançava e, embora o plano fosse atravessar, ir até o outro lado da Ponte de Ferro, resolvemos voltar para a rodoviária.

O Jackson ainda teve a gentileza de comprar um salgado para mim (pode ?), enquanto eu comprava a passagem para Itajaí.

Nos despedimos, depois de claro, trocar contatos.

Ficou ele lá e eu parti. Com certeza, uma boa amizade que fiz. Vamos nos falar e planejar coisas boas.

Assim segui para o próximo destino.

Cheguei ao Terminal Internacional de Itajaí e não entendi a razão desta denominação. Será por causa do porto ? 

Não sei. Para Itajaí, fiz uma reserva no site do Airbnb. 
O quarto alugado (R$ 62,00) fica numa área muito bem localizada da cidade, pertinho da prefeitura e do centro. Seria somente um pernoite, pois depois passarei por Itajaí novamente para conhecer melhor. 
Desta vez, meu interesse é cruzar o Rio Itajaí- Açu e visitar Navegantes. Meu anfitrião não se encontrava e quem me recebeu foi a mãe dele, a Sra. Vera. 

Uma pessoa que me ajudou a me deslocar nos primeiros momentos, ainda sem ter um panorama espacial da área. Depois até pude consultar um mapa. 

Me entregou as chaves de meu quarto e do apartamento. Haviam outros hóspedes e quartos de aluguel. 

O meu quarto era do Cristiano, filho da Sra. Vera. Mas que quarto espetacular, queria ter um igual. Impecável de tudo, a começar pela limpeza. Tinha a parte baixa, com um lindo sofá em veludo azul. 

Uma TV plana gigantesca e acessos diversos. As coisas dele estavam todas ali. CDs, DVDs, umas garrafas de bebida, alguns brinquedos.  

Tinha uma rede presa de parede a parede. A janela bem ampla que permitia grande iluminação natural.

Daí, por uma escadinha de madeira se sobe ao mezanino e a grande cama de casal está lá. 

Mais um móvel, umas roupas dobradas do dono do quarto. 

Tem ar condicionado que eu nem ousei tocar. 

A internet wifi muito boa também. 

A cozinha super bem equipada era compartilhada por todos. A única coisa que não era legal ... banheiro (um único) fora do quarto.

Deixei minhas coisas e fui andar. 

O primeiro lugar foi visitar a Catedral do Sagrado Coração , a matriz de Itajaí, e sua linda praça.

Por dentro da igreja, coloridíssimos vitrais paralisam nossa atenção. Me detive algum tempo ali, não só para descansar um pouco as pernas, como também para contemplar.
Depois fui analisar o esquema de atravessar o rio para Navegantes, pois amanhã de manhã será a missão. 

Bem, o ferry boat sai a cada 10 minutos e custa somente R$ 1,45 por pessoa. Voltei para a minha hospedagem.

Itajaí, 20 de Maio de 2021 (Quinta-feira): 

Acordei cedinho para atravessar o Rio Itajaí-Açu. Deixei minhas coisas para pegar, depois do check-out. 

A travessia é muito rápida, creio, menos de 5 minutos. 

Observamos logo de cara, ainda do lado de onde partimos do rio, o Santuário de Nossa Senhora dos Navegantes. 

Não tinha como ser diferente, né ?

Tem a Igreja Matriz e uma estrutura em formato de embarcação, logo ao lado. 

Comecei minha expedição exatamente por lá. 

Por dentro a igreja é extremamente, simples, como deve mesmo ser. 

O acesso a visitação está com todos os protocolos relacionados a pandemia, de acordo.

A cidade é bem pequenininha e ganhou grande importância por estar no mesmo espaço do segundo maior porto do Brasil. 

Sim, Itajaí está atrás somente do Porto de Santos (SP). 
E tem até um aeroporto internacional.

No mais, se trata de um pequeno paraíso, com uma grande praia, emoldurada por vegetação de restinga amplamente protegida. 
Para chegar à areia da praia, existem umas passarelas que não deixam os banhistas pisotearem as plantas. 
A conservação é total. 
As placas, em toda a orla, informam sobre as plantas e os animais que podem ser encontrados por alí. 
Fora a praia, de um lado da rua, do outro observamos muitas edificações quase todas residenciais.

Parece um lugar muito tranquilo para viver. Encontrei um cãozinho que se afeiçoou a mim. 

Me seguiu por um longo tempo. Fiquei com dó, mas o que eu poderia fazer? Fiquei observando todo o tempo em que ele atravessava a rua, cuidando para que nada se passasse com ele. 

Caminhei por umas duas horas e depois tomei o caminho inverso, em direção ao centro.

Observei a possibilidade de caminhar até o farol, de cor vermelha e branca, na ponta de um molhe.
Pedi a autorização para entrar de alguém que estava em uma guarita, próxima ao portão de grade.
Tinha visto este farol no mapa, antes de sair do Rio de Janeiro, e cheguei a pensar que o acesso fosse interditado. E não tinha ninguém caminhando por lá e a companhia era somente de alguns pescadores. 
Caminhei um tanto para chegar até lá. 

Vi a Prefeitura de Navegantes, numa pracinha ... tinha um coreto e daqueles letreiros de “Eu Amo Navegantes”. 
Um rapaz (Lucas) chegou perto enquanto eu fazia fotos com o temporizador. 

Ele me assustou pela forma com que se fez aproximar. 

Aqui no Rio de Janeiro, chamaria de um momento tenso. Ele apenas perguntou o que eu estava fazendo. 

E quando eu expliquei e mostrei as fotos, ele pediu para ser fotografado comigo. 

Ele trabalha de flanelinha nas ruas do centro de Navegantes. 

Claro que não podia negar isso. 

Fiz a foto e peguei seu nome e sobrenome para enviar a nossa foto. Mas depois, ao procurar na rede social, não consegui encontrá-lo. Uma pena !

Assim, tomei o ferry boat de volta à Itajaí. Voltei para meu quartinho de Airbnb e comecei a arrumar minhas coisas para levantar acampamento. 

Hoje é dia de Balneário Camboriú. Tomei o ônibus logo, dei sorte de chegar no horário dele. A viagem deve ter durado uns 40 minutos.

Desci perto da prefeitura e tive de caminhar um bocado.

Assim que cheguei à Avenida Brasil fiquei mais tranquila, pois era necessário somente encontrar o número.

Já estava próxima de chegar quando resolvi cortar para a praia, ir até a faixa de areia e ver o mar. 

A tarde estava super iluminada e fiz um vídeo 360º de onde eu estava. 

Nossa, quantos prédios, tão altos na orla. Por fotos já tinha visto, já sabia como era, mas estar ali e ver ao vivo é impressionante. Voltei para a Avenida Brasil. 

Ao chegar no Condomínio República da Argentina, uma decepção. 

O rapaz que atende na recepção disse que o apartamento que antes recebia hóspedes agora estava indisponível. Como assim, perguntei ?  Simplesmente assim.

Um balde de água fria como o fim da tarde que se aproximava. Eu estava com pouca bateria, com acesso limitado à internet e com preocupação do que seria dali em diante. 

Fiz contato com minha casa para atualizar a situação. 

Fiz contato com o telefone de contato do proprietário e ele disse que seu pai (quem administrava as reservas) faleceu a pouco tempo. Busquei no www.booking.com e para o mesmo dia, encontrei somente ofertas muito fora do padrão, do meu padrão. 

Seria uma diária de R$ 40,00. Ter de pagar agora, emergencialmente, R$ 400,00 por uma hospedagem estava fora de discussão. Comecei a pensar em um plano B. 

Descobri uma UPA 24 Horas e uma Delegacia de Polícia Civil, não tão distantes de onde eu estava.

Entrei num shopping e no banheiro reforcei minha vestimenta ... não sei o que me aguarda. Será que vou ter de dormir na rua ?

Até pensei em voltar para Itajaí, mas as duas possíveis acomodações já não se encontravam disponíveis para a data. 

Para uma delas, o Hotel Planas, pedi já segurar pra mim uma acomodação para o dia seguinte. 

Hoje, vou ter de ficar por aqui mesmo. 
Jackson, que conheci em Blumenau, fez contato e perguntou como estava a viagem. 

Nesta situação, veio  dele uma ajuda (na verdade, muita) em indicação de acomodações, em Camboriú e Balneário Camboriú. Resolvi ir até o Hostel Bonabrigo pertinho dali. Engraçado que ele não apareceu oferta para mim no site do booking.com e consegui contratar pelo hostelworl.com. 

Aliás, se eu soubesse deste hostel, certamente teria reservado com eles. Lugar bem bacaninha, com cozinha compartilhada, jardim, barzinho, piscina, etc.

Não entendo como não foi ofertado para mim pelo site.Mas enfim, já estava bem chateada com a situação !!  

Minha gastroenterite se tornou mais agressiva e as cólicas me nocalteavam. Desta forma somente senti quando estive em Portugal e fiquei internada por duas noites. Tomei um banho e fui dormir sem comer nada.

Balneário Camboriú, 21 de Maio de 2021:

Pretendia sair bem cedo para um “rolê” na cidade, visto que partiria ainda hoje de Balneário Camboriú. Assim, nem fiz check-out mas deixei organizado para meu retorno ao hostel. 

O dia estava bem nublado, diferente de ontem. 
Cheguei a praia e decidi caminhar até chegar mais ao norte da Praia central, onde está a roda gigante (FG Big Wheel), bairro chamado Pioneiros.

Fui me aproximando do Molhe da Barra Norte.  

Muitas pessoas ocupavam este espaço, para se exercitar, brincar, tomar uns poucos raios de sol que baixavam .... somente contemplar. 

Cheguei ao Deck do Pontal Norte. Sabia de algumas trilhas por ali. Tem um parque público de acesso livre, onde estão os trapiches. 



Trapiches são estruturas que, suspensas, funcionam como forma de acesso ao cais, ao embarque e desembarque de mercadorias. 

E os trapiches de madeira de Balneário Camboriú vão seguindo os contornos do mar junto a uma colina, como um tipo de passeio.

Vez ou outra, esta armação apresenta um mirante. 

E dá para descer dela e chagar à faixa de areia, em alguns momentos do passeio, com por exemplo, à Prainha. 

A medida que se distancia, mais bonita fica a vista dos famosos arranha-céus da cidade.


E fui à frente para saber até onde me levaria. 

Desta forma cheguei à Trilha Barra Norte, na Praia do Buraco. 

A Praia do Buraco (foto ao lado) é a maior deste passeio e é muito frequentada por pescadores. 

Tem um resort lá também, um luxo só. 

Mais ao norte, no final da faixa de areia, encontramos a escadaria da Praia do Buraco.

Ela que dará acesso à terceira praia deste percurso, a Praia dos Amores. Tem ainda  uma outra pequena (das Conchas) e ao Complexo Turístico do Morro do Careca, onde costumam praticar voo livre. 

Tive um pouco de dificuldade de encontrara a Praia dos Amores, perdendo um tempinho, mas a encontrei. 

E de quebra ainda subi ao cume do Morro do Careca, que nem estava nos planos, e pude contemplar a Praia Brava, de Itajaí.

Depois fiz o caminho de volta ao hostel e o check-out. Deixei minha mochila na recepção e voltei à Praia Central, desta vez, seguindo a direção sul.

O Parque UNIPPRAIAS é agora o meu objetivo. Encontrei daqueles letreiros de “Eu Amo Balneário Camboriú” e fiz umas fotos.

O ingresso está a R$ 48,00 e eu não podia deixar Balneário sem fazer este passeio. Se trata de um complexo turístico que interliga 3 estações através de 47 modernos bondinhos aéreos.




São exatamente dos mesmos bondinhos que estalaram no Complexo do Alemão, aqui no Rio de Janeiro. O visual é que é bem diferente. 

Nós embarcamos na Estação Barra Sul e subimos até a intermediária, Estação Mata Atlântica (onde tem umas trilhas e mirantes). Para finalizar o passeio, na terceira estação, a Laranjeiras, você pode aproveitar uma linda praia e aproveitar para comer alguma coisa, pois são muitas as opções.


Chegou a dar uma chuviscada. Se o tempo estivesse aberto, certamente a experiência seria outra. 

Mas o que eu podia fazer para que não saísse decepcionada com esta cidade, eu fiz.

E pensar que eu passaria duas noites aqui e que poderia ter visitado o parque em outro momento e aproveitado mais ... enfim, MAKTUB, estava escrito !!  

Voltei para o hostel, peguei minha mochila e voltei para Itajaí.

Fiz o check-in, já era noite.

Meu quarto, uma gracinha e só meu .... o Hotel Planas fica perto da prefeitura, tem diária de apenas R$ 40,00, wifi de ótima qualidade e café da manhã incluído. 

Contratei duas diárias. Hoje, as cólicas ficaram muito mais fortes e meu hálito mudou completamente. Fico feliz de ainda não estar provocando vômitos.

Itajaí, 22 de Maio de 2021: 

Hoje planejei subir o Morro da Cruz de Itajaí para conhecer o mirante com vista para toda esta cidade e também de Navegantes. 

Me arrumei e fui fazer o café da manhã ... e que café foi esse ?  Perfeito e completo. 

É a esposa do sr. Genivaldo, o administrador do hotel, que prepara tudo e nos atende com tanto carinho.


Deixei a chave na recepção e saí. 

Fui me aproximando do morro por contato visual dele. Sabia que a entrada era pelo lado esquerdo como quem está indo em direção ao mar. 

Não tem erro de chegar pois a subida até o mirante é toda por estrada calçada, visto que tem estacionamento lá em cima. 

A Rede Record de televisão tem um posto e antenas lá no alto.

Subi com tranquilidade.
De caminhante, apenas um casal. 

A cruz aparece descortinando Itajaí e ainda tem oficialmente, um mirante, permitindo ver o serpentear do Rio Itajaí-Açu até encontrar o mar, os volumes de carga do porto, o centro de navegantes e a Praia Central, os faróis na pontas dos molhes, até os contornos da Penha são possíveis de observar.

Afinal são 180 metros de altitude. 

O nome de Morro da Cruz surgiu apenas em 1980 quando instalaram o símbolo lá em cima.

Ainda tem o Castelo Montemar, uma edificação toda feita em pedras, muito bonita por sinal, onde se costuma alugar para a realização de eventos.

Descendo do Morro da Cruz, fui para as praias de Itajaí. A mais próxima e fenomenalmente linda é a de Praia do Atalaia. 

E parece que os surfistas sabem bem disso .... ela é super movimentada.  E as ondas parecem perfeitas mesmo. No seu lado esquerdo está o molhe com o farol.

Seguindo para o sul, aparece a pequena mas encantadora Praia do Papagaio. 


É que a pedra, com semelhança com o pássaro (foto acima), fica logo ali, no mirante metros acima.

Esta pedra tornou-se um símbolo, agora é um patrimônio natural da cidade de Itajaí. Seguindo mais a frente, a quase deserta Praia do Geremias. 

Tem muitas pedras, uns conjuntos de pedras .... a água cristalina observada da rua por onde eu caminhava e que passa por todo o seu contorno, metros acima do espelho d’água. 

Por fim chegamos na Praia de Cabeçudas (foto acima), com uma faixa de areia bem longa, maior que das praias anteriormente listadas.

Não podia ver estas belezas todas de praia e não entrar, claro. 

Deste modo larguei minhas coisas na areia e fui me banhar nas águas agradáveis desta última praia. 

Eu imaginava que suas águas estariam frias mas o banho de mar estava maravilhoso.

O sol ? Nem preciso comentar, né?

Para finalizar o passeio, fui até a Capela de Santa Terezinha, mas estava fechada.

Fiz todo este caminho de volta e ainda tive ânimo de caminhar pelo molhe até o farol. O bom é que não estava só, e muitas famílias aproveitam para levar as crianças e seus brinquedos para este final de dia e de luz solar.

Adorei o dia de hoje !!

 

Itajaí, 23 de Maio de 2021:  

Meu último dia, digo, última manhã em Itajaí.

Acordei cedo, como de costume. 

Arrumei as coisas todas pois teria de fazer o check-out. 

Me preparei e fui para aquele café da manhã – só pensando o quanto terei de me exercitar para perder todas estas calorias ... mas neste momento, caí dentro.

Fui para o Centro Histórico de Itajái ... ainda não tinha visto o Mercado Público (foto abaixo), o Mercado do Peixe, o Museu Histórico de Itajaí (foto ao lado), etc. 

Passei de volta na Igreja Matriz Paróquia do Sagrado Coração.


Voltei ao hotel para pegar minha mochila e segui para o Terminal Rodoviário de Itajaí. É hora de voltar à Blumenau.



Comprei a passagem e era previsto chegar à capital da cerveja por volta das 17 hs. Tinha avisado ao Bruno, que vai me receber de novo, que chegaria no final da tarde.

E cheguei a casa dele ia dar 18 hs. Eu tinha comprado uma cuca de banana logo ali perto para tomarmos um café. Daí lhe contei as coisas que tinham acontecido, o perrengue da hospedagem inexistente em Balneário Camboriú, a volta antecipada em 1 dia para a casa dele, etc.

Eu estava sentindo cólicas horríveis, não tanto como as que senti em Itajaí, e coloquei (apertava) um travesseiro no ventre enquanto conversávamos. Meu hálito também já estava alterado. Tão ruim. É sempre assim.

No mais, pedi a ele a bicicleta emprestada para poder viajar a Pomerode, amanhã.

Vou pedalar os 30 km daqui até a mais alemã das cidades brasileiras. Será que eu consigo ?

E são mais 30 km de volta ... o-la-la !! Já não pedalo a tanto tempo que a expectativa é de como estivesse indo para a lua. Mas que bom ele confiou em mim e me emprestou a magrela. Amanhã vamos ver no que vai dar.

Acabamos não preparando nenhuma bebida. Ele até tinha comprado alguns ingredientes ... íamos preparar uma Piña Colada. Este era o plano, né ? Mas deixamos para outro dia.

Blumenau, 24 de Maio de 2021: 

Quando saí devia ser umas 8:30 hs com a bicicleta e rumo a Pomerode. 

Quis calibrar os pneus antes de pedalar pois sentia mesmo a bike pesadinha. 

Assim a fui carregando até o primeiro posto que encontrei. Errei uma parte do caminho ... perdi um tempinho. 

Foi lasqueira, viu ? Rs  

Em muitos momentos desci da bicicleta e a conduzia. 

E eu não pedalo há tantos, tantos anos, pelo menos uns 5. Dizem que nunca se desaprende a andar de bicicleta e isso é verdade. Mas os músculos da "pedalagem" não são os mesmos da caminhada.

Nunca tinha pedalado por acostamento de rodovia e o volume de carros, sobretudo de caminhões, é assustador. 

Se fosse no Rio de Janeiro, nunca que eu faria isso. 

Na minha quebrada, uma coisa que não existe é educação para o trânsito. 

Eu mesma, aqui no sul, atravessei as ruas diversas vezes, fora da faixa de pedestres ou de qualquer sinalização. 

Infelizmente, uma cultura ruim. 

Assumo que me sinto envergonhada por isso.

Mas depois que peguei a Rua Werner Wuve, tudo ficou menos tumultuado e bonito. Me senti mais segura. E fui pedalando .... pedalando .... pedalando .... pedalando ... pedalando.

Cheguei a Pomerode era quase meio dia !! 

Como assim ? 

O googlemaps diz que a viagem é em 1 hora !! 

Sei lá. Só queria aproveitar aquele lindo lugar. 

A chegada à "pequena Alemanha" é com este postal aí de baixo ... que fantástico, me fez sentir uma princesinha !!

Pequei uns mapas no Portal Sul, onde está o Centro de Informações Turísticas.  
Fiz um roteiro turístico seguindo o mapa, com as principais atrações. 
Mas o objetivo era dar uma conferida na Rota do Enxaimel. 
E desta forma, fui para o Pórtico dos Imigrantes, na parte norte da cidade. 
Não preciso dizer que em todos os momentos do dia de hoje, fiz muitas fotos, né ? 
Encontrei a entrada da rota e cheguei a pedalar por uns 5 ou 6 km dela, que tem o total de 16 km. 
Mas o sol já começava a baixar, estamos no outono, e fiquei preocupada em ter de transitar pela rodovia de noite.  
Comecei a percorrer o caminho de volta para Blumenau ...  
As minhas pernas ? 
Bem, nem quero me deter neste tema ... caramba, já não as sentia ... credo !! 
Acho que amanhã nem vou me levantar da cama ... rs.  
Agora só penso em conseguir voltar para a casa do Bruno.

E consegui voltar ... toda travada.

Quando cheguei, me banhei e fiz umas massagens para relaxar os músculos, principalmente, nas coxas. Creio que tenha feito nos pontos certos pois foi aliviando. 

Nem pensava em fazer isso de pedalar no dia seguinte. 

Mas tomaria um ônibus para Pomerode para fazer a Rota do Enxaimel. 

Fazer 16 km para mim é tranquilo, desde que esteja melhor da fadiga muscular de hoje.

Íamos preparar alguma bebida mas deixamos para amanhã.

Blumenau, 25 de Maio de 2021:  

E não é que acordei zerada, sem nenhuma sequela de ontem ?


E, bem ... isso quer dizer, vou raptar a magrela de novo !

Pior é que tinha devolvido a chave da corrente para o Bruno, ontem. A solução é ficar com ela todo o tempo do meu lado. 

Eu estava um pouco cabreia, verdade. 

E se dalí a alguns poucos quilômetros desse “ruim” ? Podia ficar com medo e não tentar. Mas eu estava ótima, como se nada tivesse passado no dia anterior. 

Saí mais cedo para no caso de uma eventualidade ter tempo de resolver e não ficar “zanzando” pela noite. 

Segui, como normalmente, minha intuição e deu bom ... foi perfeito. 

Fiz muitas fotos no caminho, principalmente, na ida. 

Eu estava me sentindo mais confortável de pedalar. A Rota do Enxaimel é fantástica e vou poder escrever um monte sobre ela e as suas atrações. 

Voltei para Blumenau, igualmente ao final da tarde, mas com ar de vitória. E não sentia nenhuma dor nas pernas, só estava bastante cansada. 

Já as dores abdominais ... nossa. Tive de ficar segurando uma almofada  contra o ventre, meu hálito também estava me incomodando muito. 

Tomei um bom banho, para relaxar, e troquei aquela roupa de estrada. Amanhã é meu dia de partida, seguirei para Joinville.

Bruno fez umas compras, mas só de coisas gostosas (bolo de cenoura do chocolate, pão de mel, Coca-Cola, massinha (como eles chamam aqui, pão doce), etc. Creio que para uma despedida. Achei fofo. E ainda iria preparar uma “bebidinha” ... a Piña Colada.

He he he ... vou provar de tudo ... tudo o que eu perdi pedalando vou ganhar esta noite !!




Foi bom demais e no final ainda me brindou com um café. 

Nos despedimos hoje mesmo pois amanhã vou partir cedinho para a rodoviária. 

Tem um ônibus que vai para Joinville com saída às 08:30 hs.

Joinville, 26 de Maio de 2021: 

Me levantei não tão cedo pois havia conseguido uma carona de Blablacar (R$ 25,00). 

A saída seria às 10:30 hs da rodoviária. 

Mas deveria aproveitar este tempo que sobrou e ir até a Vila Germânica e comprar uns souvenires que havia visto quase uma semana atrás. 

A questão é que ainda estava muito cedo para isso ... me "lasquei".

E depois de juntar todas as coisas na mochila, coloquei a lembrancinha de meu anfitrião na geladeira, um ímã do Rio de Janeiro.

Assim saí deste lugar que me recebeu tão bem. Já na Vila Germânica, muitas lojas ainda estavam fechadas. 

Cheguei lá por volta das 9hs. A loja em que eu queria comprar, com luzes apagadas e trancada. As outras, igualmente. Naquela hora, qualquer uma serviria. 

Voltei na primeira e tinha gente lá dentro ... um milagre ... a moça me atendeu por exceção, pois ainda não havia aberto seu comércio, mas me viu lá fora ... nem as maquininhas de pagamento estavam conectadas. 

Consegui comprar o que precisava, que bom.

Assim parti para a rodoviária.Meu condutor da corona havia chegado mais cedo e logo partimos. Tinha um outro rapaz e ainda paramos em Jaraguá para pegar outra pessoa.

Chegamos bem em Joinville e ainda usei meu carona como Uber (R$ 10,00), até o hostel. 

Foi bom pois cheguei mais rápido. E ainda hoje eu tinha planos de subir o Mirante de Joinville. Desta forma, fiz o check-in no Hostel Boa Vista e logo parti. 

O Mirante de Joinvile é uma atração do Parque Zoobotânico da cidade. A subida é por uma estrada calçada. 

Existe um ônibus que sobe da entrada do parque aos mirantes, mas não estão circulando no momento. 

Ah, são dois mirantes ... aquele que dá a vista de 360º, que tem perto das antenas, estava interditado por causa da pandemia. 

Mas do outro dá para ter uma boa vista também, fora a recepção dos miquinhos famintos ... 

Desci quando já começava a anoitecer.

Voltei para o hostel. 

Tenho de me dedicar à organização total para minha última noite em Santa Catarina. 

Amanhã viajo para a capital do Paraná. 

Em Curitiba vou passar a última noite desta viagem. Consegui um anfitrião, infelizmente por apenas uma noite ... vou ser recebida pelo Val Barns, do CS.

Curitiba, 27 de Maio de 2021. 

E aproveitei uma linda manhã para dar uma geral no que havia faltado em Joinville. Como vocês sabem, muita coisa está fechada por causa do Covid-19.






Vi o Teatro do Bolshoi, o outro está em Moscou (o visitei em 2017). 

O Museu de Antropologia, fiz uma foto da instalação da prefeitura, do Instituto Juarez Machado ... o que deu para fazer eu fiz. 

Minha saída para Curitiba será às 16:30 hs pelo Blablacar também. Meu anfitrião me deu as dicas e o passo a passo para chegar na casa dele. Mas meu celular descarregou e ele acabou por ir me buscar num shopping. 

Que chato !! Mas ele disse que acabou por precisar ir mesmo lá, mesmo que eu não tivesse chegado para resolver algo relacionado às suas lentes.  Menos mal.

O Val é um moço muitíssimo gentil e passa uma tranquilidade pra gente. 

Também, trabalha agora na área de educação, não mais como professor, mas na parte burocrática. 
Já tinha recebido a primeira dose de vacina inclusive. 
Ele tem um apartamento muito organizado, embora muito intimista. 
Cores claras, uma cozinha compacta onde ele prepara a mágica, as delícias, inclusive pães, que tive o prazer de experimentar. 
E cozinha muito bem mesmo. 
Tomei uma sopa de ervilhas. 
Ele evita coisas como refrigerantes (ôps, levei pra casa dele uma Coca-Cola de 2 litros que depois tive de levar comigo, rs) e adições industrializadas. 
Gosta de produtos naturais.
Conversamos sobre viagens e ele é um viajante de altíssimo nível, apenas viagens tops. Vou ter o contato dele para muitas e muitas consultas pois ele andou um bocado pela China e outros destinos asiáticos de muito interesse para mim. 

Uma pena que minha estada foi tão curta. Nem deu para dar um passeio. 

Mas aprendi muito com o Val, até .... acreditem, pesquisar passagens áreas, pelo mundo, vendo qual o destino de valor mais acessível. Nem sabia ser possível fazer isso.

Dormi muito bem, me preparando para voltar para casa amanhã.

São José dos Pinhais, 28 de Maio de 2021:  

Acordei na casa do Val, cedo como de costume e depois daquele café-da-manhã (misericórdia à balança) e das coisas organizadas, são para São José dos campos, onde, até que enfim, passearia pela cidade.

Era algo que eu queria fazer no início da viagem e não deu. 
Lembra ?

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